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Atelie André Lacerda

André Pedroso de Lacerda, 1981, é natural de Porto Alegre/RS, local onde mora e mantém seu Ateliê.  Apesar de ter nascido em Porto Alegre, é influenciado por diversas culturas regionais do país, uma vez que residiu no Amazonas, Ceará, Pernambuco e São Paulo.

O artista faz de suas criações uma maneira de expressar suas ideias, combinando sua criatividade com a sua capacidade como artesão de produzir as peças de forma manual.

Traz para a temática de suas obras um pouco de suas memórias de infância, marcadas pela cultura gauchesca dos galpões, do trabalho na lida do campo, e dos animais quase místicos que povoam seu trabalho.

Além disso, mostra sua fascinação com a temática dos corpos e da mente, com alegorias fantasiosas de animais e formas que se estendem à realidade como esculturas em diferentes escalas.

A temática da criatividade e da artesania fazem parte dos seus estudos diários, como dois paralelos entre a mão do homem e sua capacidade de moldar o pensamento.

Depoimentos

André Lacerda é artista em tom maior. Um Senhor Artista: daqueles raros, que muito de vez em quando chegam a nós, mortais, para oferecer magia e encantamento.

Chegou trazendo aldeia e mundo, de mãos dadas a Tolstói: esticou o quintal para além do horizonte dos olhos. Sua mirada é atemporal, ampla de geografia e feroz de transcendência. Nascido para o mundo, não esqueceu o berço: o que não tem raiz, o vento leva…

Sua obra é visceral, contundente e provocativa. Impossível não ficar impressionado com ela: nos toca, pode ser tocada e nos marca para sempre. Ninguém fica indiferente ao conhecê-la.

Eis um artista maiúsculo e, sobretudo, de contundente originalidade: único em seu talento, grande em sua visão de mundo, maior ainda em sua consistência.

André Lacerda é um gênio mordido de infinito.

 

Jaime Vaz Brasil, psiquiatra, escritor e poeta. Diretor técnico e docente do Instituto Fernando Pessoa. Possui seis livros publicados e recebeu vários prêmios literários e em festivais de música. Dentre eles, o Prêmio Açorianos de Literatura e o Prêmio Felippe d’Oliveira. Alguns dos poemas foram musicados, e há dois livros com os poemas em cd: “Os Olhos de Borges”, musicado por vários compositores, e “Pandorga da Lua”, musicado por Ricardo Freire.

As obras de André Lacerda nos remetem à ancestralidade dos povos indígenas, sua escultura e mobília zoomórfica, dos trabalhos originários aos que mesclam o aporte da ocupação europeia. Arte e função tornam-se amalgama e diálogo, numa pesquisa de poesia e lirismo. Não ecoa pretensão ou discussão ideológica, flui na madeira com a mesma espontaneidade dos nossos povos indígenas. O material base de criação impõe suas regras, suas soluções, mas sob o domínio do artista e artesão, que a trata gentilmente, expõe sua calidez, organicidade, nos convida a tocar, sentar, usar e fluir. O trabalho de André alavancado no imaginário do passado e seu universo fantástico e rural se projeta em design arrojado de arte-objeto futurista: atemporal, cósmico e surreal. 

Mario Cladera, artista plástico, trabalhou junto ao escultor Vasco Prado, da gravurista e tapeceira Zorávia Bettiol e com a ceramista argentina Martha Kearns.